As condições de vida e alimentação dos suínos criam condições para o desenvolvimento da cisticercose (ou finnose). Esta doença é perigosa não só para os animais, mas também para as pessoas que comem carne. Nos porcos, a cisticercose se desenvolve devido à infecção por parasitas que entram no corpo durante a alimentação. Até recentemente, esta patologia era considerada uma doença incurável devido à falta de um medicamento eficaz.
Que tipo de doença é e por que é perigosa?
A cisticercose é uma doença parasitária que ocorre principalmente quando o corpo de um animal é infectado por uma tênia bovina ou suína.A infecção ocorre ao comer alimentos que contêm larvas de helmintos.
Os porcos estão infectados com dois tipos de cestodias (outro nome para helmintíases): celulose e tenuicol. O primeiro tipo de doença se desenvolve no contexto da penetração de ovos de tênia suína no corpo. Após a infecção, bolhas com líquido de até 15 milímetros de diâmetro aparecem nos órgãos internos do porco.
Na maioria das vezes, esse tipo de helminto afeta:
- tecido muscular;
- órgãos internos (especialmente o coração);
- cérebro e medula espinhal;
- membros.
O principal perigo das tênias, que incluem as tênias bovina e suína, é que o ciclo de desenvolvimento desses parasitas se completa no corpo humano. Ou seja, os helmintos dentro das pessoas atingem a maturidade e começam a botar ovos.
Outro perigo das tênias é o aumento da viabilidade dos ovos. Estes últimos representam uma ameaça ao corpo do animal mesmo após a secagem completa. Além disso, a exposição a substâncias agressivas como a solução de cloro não leva à morte das larvas. Neste caso, a expectativa de vida dos parasitas é reduzida, mas estes continuam perigosos para os animais.
A infecção pela tênia da carne de porco ocorre com mais frequência na primavera e no verão. Isso se explica pelo fato de os ovos de helmintos permanecerem viáveis por muito tempo em temperaturas acima de 18 graus e em condições de alta umidade. A cisticercose tenuicola (mais conhecida como finnose) se desenvolve no contexto da infecção por uma tênia bovina. Nesse caso, os helmintos penetram nos órgãos internos (geralmente o fígado), provocando a formação de uma bolha de paredes finas com líquido com diâmetro de 5 milímetros a 5 centímetros.
A infecção por cisticercose tenuicola é possível em qualquer época do ano. O grupo de risco de infecção inclui porcos jovens.
Para prevenir a infecção de animais e humanos pela cisticercose, é necessário saber como esta doença se desenvolve. Isso acontece em várias etapas:
- A postura e maturação dos ovos de helmintos ocorrem no corpo humano.
- Os ovos, juntamente com os resíduos humanos, acabam no meio ambiente.
- Os porcos que consomem água ou comida nas pastagens são infectados com ovos de tênia.
- Penetrando no estômago dos porcos, sob a influência do suco, os ovos perdem a densa casca, que os protege das influências negativas do meio ambiente.
- As larvas liberadas entram na corrente sanguínea e se espalham por todo o corpo.
Depois disso, as larvas formam as vesículas indicadas nos órgãos. Se uma pessoa consome carne crua ou mal cozida contendo helmintos, estes, tendo penetrado em um novo organismo, atingem o estágio sexualmente maduro. Esse processo leva até 90 dias.
Além da alimentação, os cães de guarda são considerados fonte de infecção por cisticercose em suínos.
Sintomas e sinais gerais
A intensidade dos sintomas da doença depende diretamente do número de helmintos que entraram no corpo e do estado de imunidade do animal. A cisticercose é caracterizada pelos seguintes sintomas:
- disfunção do trato gastrointestinal (diarréia e outros sintomas);
- inflamação do tecido muscular, o que indica grande acúmulo de larvas em uma área limitada;
- coceira na pele e inchaço;
- descoloração azulada das membranas mucosas, o que indica danos ao coração;
- danos a pequenos capilares;
- temperatura corporal acima de 40 graus.
Em caso de invasão grave, são possíveis distúrbios no funcionamento do sistema nervoso. Isso se manifesta na forma de paresia (dormência parcial) dos membros, tremores e fraqueza geral. Também é possível que apareçam sinais de hepatite, característicos de danos hepáticos por helmintos.Além disso, devido a uma reação alérgica grave, podem ocorrer problemas respiratórios. Como resultado, a infecção por cisticercose pode levar à morte do animal devido à falência de órgãos internos.
Esses sintomas ocorrem durante as primeiras duas semanas após a infecção. Nesse período, as larvas dos helmintos migram por todo o corpo, causando distúrbios no funcionamento dos órgãos internos. Em caso de invasão menor, a doença é assintomática.
Diagnóstico da doença
É impossível detectar cisticercose em porcos. A doença é diagnosticada apenas em animais mortos. Se forem encontrados mais de três parasitas vivos, é recomendável destruir a carne. Com menor número de helmintos, a carcaça e os órgãos internos passam por tratamento obrigatório. Se forem detectados casos de infecção animal após o abate, o veterinário reporta a presença de infecção numa determinada exploração às autoridades competentes.
Como tratar a cisticercose (finnose) de porcos
O tratamento da finnose hoje não é lucrativo. Porém, apesar disso, o medicamento Praziquantel pode ser usado contra a doença. A dosagem do medicamento é calculada levando-se em consideração o peso total do animal infectado. Para o tratamento da cisticercose, são utilizados 50 miligramas do medicamento para cada quilograma de peso do porco.
Neste caso, a eficácia da terapia só pode ser determinada após o abate do animal. Portanto, uma condição importante para prevenir a propagação da doença ao gado é a implementação de medidas preventivas.
Ações preventivas
A prevenção da finnose em suínos consiste na observância das seguintes regras:
- tratamento oportuno de helmintíases em cães que guardam porcos;
- evitar o contato do gado com animais silvestres;
- as latrinas da fazenda devem ser equipadas de acordo com as normas sanitárias vigentes;
- treinamento obrigatório para proprietários e funcionários de granjas de suínos sobre as características de infecção e desenvolvimento de cisticercose.
Se os porcos forem criados em pequenas explorações, os proprietários destas últimas devem excluir a alimentação de animais perto de áreas povoadas. É proibido o abate de gado na fazenda. Este procedimento, para evitar a propagação de helmintíases, deve ser realizado em pontos especializados que disponham de equipamentos destinados à identificação de larvas do parasita.
Outra condição importante para prevenir o desenvolvimento da doença é que as pessoas que tenham sido submetidas a exames adequados possam trabalhar com suínos. Ou seja, uma pessoa infectada por helmintos não deve ter contato com animais.